segunda-feira, 14 de julho de 2008

EU VIM DE LÁ DO INTERIOR...

"EU VIM DE LÁ DO INTERIOR, AONDE A RELIGIÃO AINDA É PORTANTE". Pe. Zezinho.

A frase acima é um trecho da musica “interior" de Padre Zezinho, onde ele canta a realidade de um cidadão caipira que deixa sua cidade no interior pra ir em busca do futuro que julga ali não chegar tão cedo.
Foi assim com muitos de nós.
Como eu, muitos foram os meus amigos e colegas que tiveram que deixar o velho lugarejo de Jacarecy para sair mundo a fora procurando o caminho mais parecido com o promissor.

Muitos anos já se passaram que muitos saíram e não mais puderam retornar. Como são tortuosos os caminhos que a cada dia encontramos pela frente, alguns não agüentaram e deixaram-se levar pelas fraquezas que os tirou deste chamado Campo de Batalha, outros, desistiram de lutar no meio do caminho e retrocederam, caíram no abismo das coisas fúteis e inúteis que a vida facilmente proporciona nos momentos de fraqueza. E há ainda muitos daqueles que estão de pé e lutando pra conquistar o objetivo tão almejado que os tirou de casa.

É bem provável que quem está lendo este texto agora seja mais um dos nossos. Deve ser esta pessoa uma das que por algum motivo de incentivo ou de força maior tivera que deixar casa de pai e mãe pra andar por este país.
È bom dizer também, que sentimos saudades. Mas só saudades não resolvem e nem ajuda a termos forças para buscar as coisas que acreditamos a que viemos buscar tão longe.
Como ninguém tem tudo, por aqui também não temos...Só vamos tocando...um dia em baixa, outro em alta e daí em diante. Choramos, sorrimos, nos abraçamos e somos forçados a conviver dia-a-dia com tudo o que encontramos: medo, dúvida, inveja, perigo, insegurança e violência e, como a vida não pode parar, a gente faz de tudo pra transformar tudo isso em coisas boas. Esforçando-nos pra termos, paz, alegria e prosperidade.

Sabemos das preocupações de nossos famíliares conosco o tempo inteiro, mas fazer o quê?
Alguns de nós tem que fazer muitos sacrifícios pra ter alguma coisa e viver melhor. Não enricamos, não criamos fama e nem adquirimos luxo.
E sabemos que nada é para sempre e tudo tem sua hora, se tivermos que conseguir sucesso nas coisas que queremos ainda estamos correndo atrás, pagando o preço e vivendo uma coisa de cada vez. Como não podemos tudo, somos obrigados a ficar longe de quem amamos. È uma pena, porque o destino não nos permite ver chegar a Idade de nossos pais, ver o sucesso de nossos amigos aparecer, ajudar no progresso de nossas crianças, testemunhar o crescimento da família e partilhar nossas lutas para vencer. Ainda assim, nós fazemos esforços pra sempre que possível reencontrarmos e comemorar tudo isso que nos acontece sem enfraquecer-nos e sem perder a identidade de que viemos de lá do interior.